☾ — YUNA;

Nascida no distrito de Gangnam, em Seul, Yuna não se diferenciou em demasia das demais meninas de sua idade. Filha única de Hwang Heo-Jin, a pequena Yuna teve tempo de sobra para descobrir muito sobre o mundo; ainda que soubesse pouco sobre si mesma. Criada longe do afeto materno, ela conheceu apenas a imparcialidade do pai e o jeito resignado do mais velho. Não incomum eram os dias em que passava sozinha sob os cuidados da avó, tendo um contato raso, de certa forma, com o progenitor. Foi reclamada por Selene na última noite do Festival da Lua, de modo que a pressa obrigou que Heo-Jin a enviasse para o continente americano aos treze anos. Desde então, após longos e arrastados seis anos vivendo sob a tutela de Quíron, Yuna nunca mais viu sua casa.

Hwang nunca apreciou a vida como semideusa. Afinal, para ela, o sangue de Selene em suas veias era muito mais como uma maldição que um presente divino. Desde que fora reclamada, perdera praticamente todo o contato com o mundo exterior. Presa às fronteiras do Acampamento pelo simples receio de abandonar a proteção daquele refúgio, Yuna pensou se não haveria alguma forma de se emancipar. Infelizmente, enquanto procurava, algo a encontrou. Algo antigo, muito velho, sedento pelos dons de Hwang; dons esses que viriam a ser sua maior maldição.

Yuna não é uma pessoa difícil de ser entendida. Ao contrário, ela sempre busca demonstrar clareza em suas falas e ações. Pelo jeito resignado e analítico, é tida muitas vezes como uma pessoa distante. É também deveras curiosa, sendo uma exploradora nata e uma pseudo detetive nas horas vagas ao lado de seu lobo, Hisang. Ainda assim, também consegue ser teimosa e até mesmo irritante quando tem um objetivo fixo, colocando doses similares de perseverança e rebeldia para conseguir o que quer.

Atualmente, Yuna está na beirada dos eventos que se desenrolam na trama global. Ela é ainda um ser anônimo, alheia ao jogo de interesses de divindades poderosas. Entretanto, conforme seu dom interno — ou melhor, sua maldição — começou a aflorar, Yuna percebeu que existiam poucas e desesperadas formas de alterar sua sina. Portanto, decidiu empreender uma jornada perigosa atrás das únicas deusas que poderiam ajudá-la: as Moiras.