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Tatiana Volkov
Líder dos Mentalistas

Publicado por Tatiana Volkov Sáb Set 25 2021, 17:09



hostage




"Adeus", disse ele...

"Adeus", disse a raposa. "Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos."

"O essencial é invisível para os olhos" repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

"Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante."

"Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa..." repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

"Os homens esqueceram essa verdade", disse a raposa. "Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa..."

"Eu sou responsável pela minha rosa"... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

(Antoine de Saint Exupery, O Pequeno Príncipe)

i wanna be alonealone with you. does that make sense?
                          
                           
                             Tatiana Volkov                         
Tatiana Volkov
                           
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Tatiana Volkov
Líder dos Mentalistas

Publicado por Tatiana Volkov Dom Set 26 2021, 23:43

I wanna steal your soul
    hide you in a treasure chest
if she could be anything, she would be fire. those big ones. the chaotic ones.

Sabe Elizabeth, quando lhe prenderam, eu fui contra cada um, inclusive seu pai. Eles estavam-na protegendo e eu queria que a justiça acontecesse, afinal.

E o que mudou?

Você.

    Nova Iorque — 23 de janeiro de 2018.
Joe não faz ideia do quanto eu odeio essa parte da cidade.

Vire na próxima direita. A voz mecânica do suv branco comandou, ainda que seu carro estivesse parado devido à luz vermelha do semáforo. Duas ou três indicações depois, encontrava-se diante de um portão de ferro que julgava ser estígio, admirando a vista. A entrada para a luxuosa mansão Napier era feita por uma ruela estreita, que se alargava quando próxima aos portões de ferro trabalhados. Localizada em West Chelsea, desde o acesso mantinha seu ar antigo e nobre das gerações passadas, por mais que tivesse sido reformada no ano anterior. Podia-se observar, em cada detalhe, o orgulho que a família tinha de ser quem eram, o sangue mais puro da cidade. Por um momento curto, remexeu em sua bolsa para achar o celular e quando o fez, ligou para o primeiro número na lista de favoritos.

Joseph, querido? Cheguei! — A gargalhada no telefone poderia ser ouvida por Bathory se ela estivesse prestando atenção. O interesse romântico de Tatiana apareceu na porta da frente, acenando sutilmente para o guarda. Piscou para a aprendiz, e assim que se abriu, acelerou o carro, contornando a fonte para estacionar logo à frente da escadaria de mármore.

Já roubou carros mais bonitos, Tati. — Ouviu, assim que saiu do carro. Seus braços logo enlaçaram o pescoço do rapaz, assim como suas pernas, que depois de um impulso contornavam a cintura. O beijo que aconteceu um segundo depois poderia deixar qualquer um constrangido, mas a morena não se importava. Os olhos verdes daquele a encaravam de forma penetrante, quase comendo-a com os olhos e como não se deixava intimidar, rebatia-o na mesma intensidade, o vermelho dominando sua íris como um complemento para o sorriso traiçoeiro.

Comprei. — Deu uma piscadela sutil, rindo quando sentiu os lábios frios contra seu pescoço. — Estava com saudade. Os negociadores já chegaram

Estão no jardim. Não quiseram se aprofundar além disso. Precisamos conversar, querida. — Tatiana se soltou, fazendo um sinal com a cabeça para que Lilith entrasse. Deixou suas mãos passearem contra o corpo do rapaz, e ele suspirou. — Não estou armado, deixe de ser tão desconfiada.

A garota alegrou-se, puxando-o pela mão na direção das portas brancas. Tentava ignorar Elizabeth, que parecia menosprezar tal relação, com um bom motivo. Joseph era, da forma menos sadia possível, uma cópia mais cruel e sádica de Dammyen.

A reforma caiu bem.

Suas palavras eram baixas. Suntuosamente decorada, o saguão dava-se logo em uma mesa ornamentada, com mais cadeiras do que poderia contar em uma olhada rápida. As paredes eram cobertas por mármore, espelhos dourados e quadros pintados dos ancestrais em ordem cronológica. A tapeçaria parecia deixar o ambiente ainda mais sério, frio. Como se esperava de uma casa de mercenários, não era uma residência aconchegante.

O silêncio da protagonista era ensurdecedor. Com um sorriso sádico, acenou para os homens, na companhia de Joe. Subiram as escadas que os levariam à suíte principal e ao adentrarem, não levou muito tempo para que caíssem na cama, aos beijos. Tatiana acabava por ser habilidosa; sobre o rapaz, rebolava lentamente enquanto suas mãos se ocupavam em abrir a camisa preta e sua boca em marcar a pele leitosa.

Tati. Tatiana! — O rapaz murmurou, segurando-a pela cintura. — Precisamos conversar.

Agora?

Assentiu. Com um suspiro desanimado, sentou-se na cama, ao lado dele, que se levantou e voltou com uma garrafa de uísque.

Thanatos esteve aqui, Tatiana. Ele disse que viu. Que já sabe.

A garota deu um sorriso sacana. Se Napier estava com medo, ela não contava com o mesmo sentimento. O menestrel a encarava com incredulidade, mas seus sentimentos mais profundos deram lugar a pensamentos profanos. Seria uma noite longa.

    ainda em Nova Iorque — 24 de janeiro de 2018.
Acordou muito antes do sol dar as caras. Sua cabeça parecia próxima a explodir. Conhecia o problema, tivera-o quando engravidou, muitos anos atrás. Por mais que quisesse acreditar que era um problema mundano, daqueles que poderiam ser solucionados com um medicamento ou dois, tinha que ser realista. Encarou de forma curiosa a sombra que se fizera presente ali, mas ao se colocar em pé, tonteou. Estava caindo pela primeira vez.

Cinco minutos se passaram até que a consciência de Tatiana fosse recobrada. A dor de cabeça ainda se fazia presente, mas talvez fosse culpa do tombo que levara quando desmaiou. No espelho quebrado que se colocou em frente ao rastejar, pode ver seu sangue escorrer pela testa em um cortezinho e riu, limpando a gota que escorria com certo desdém quando observou a figura que encarava o horizonte pela varanda do quarto de Volkov.

Eu me lembro de você. Foi você que fez tudo isso comigo.

A voz da garota preenchia o ambiente da forma mais sutil que poderia. Caminhou até o banheiro e lavou o rosto, penteou os cabelos e trocou suas roupas. Com os pés descalços, atravessou o recinto em direção à varanda, antes que parasse próximo à porta, como se ponderasse uma fuga; ela o fazia, afinal. Algo dentro de si estava diferente, ela ainda não sabia dizer do que se tratava; o rosto cansado denunciava o evento pelo qual estava passando, as noites de sono que lhe foram privadas graças a dor que sentia em seu crânio. Depois de algum tempo, que poderia ser muitos mais do que imaginava, se colocou ao lado da presença.

Estava com preguiça de falar, isso era notável. Ao invés de fazê-lo, observou a deusa que ali se fazia presente. As feições simples que causavam em Tatiana alguma inveja, porque a outra poderia passar por qualquer lugar sem ser notada. Podia sentir sua mente ser invadida, e ao contrário do último encontro, deixou com que o fizesse, mostrando cada lugar que passara nos últimos anos.

Faz algum tempo. — A coadjuvante se pronunciou.

Dez anos. — Deixou-se falar, submissa à deusa. Pela primeira vez, em um longo período, que deixara seu tom baixar.

Como foi?

Bom, você viu, não? — Resmungou ressentida.

Tive que parar de ser sua babá faz algum tempo.

É uma história longa. — Deu a entender que não falaria sobre isso, sequer pensaria sobre o assunto.

Temos tempo.

Tatiana precisava pensar antes que começasse a falar. As memórias, aquelas que doíam assustadoramente para voltar, agora preenchiam pequenas lacunas à medida que, inconscientemente, eram procuradas. Lembrava-se do dia em que fora a julgamento, a presença da deusa ali lhe trazendo uma paz que não lhe pertencia. Lembrou-se das vezes que o bater das asas da borboleta, fossem em seu quarto ou em meio às sessões de tortura, era o som que a mantinha lúcida, consciente em meio à seu delírio.

Por que você me deixou te odiar? Foram dez anos! — Encarou a outra, antes de voltar para a própria mente. — Eu matei John porque ele era um semidivino. Porque ele era um de seus protegidos.

John sofreu muito com a morte de Marie Alice, Tatiana. Ele ia se matar se você não o fizesse.

Então você me condenou. Me amaldiçoou.

Eu lhe dei a chance de sair lá viva e recomeçar. Qual o problema?

Ela. Eu. Elizabeth. — Apontou para a própria cabeça.

Acho que não entendi, Tatiana.

E de fato, a deusa não parecia entender. E isso frustrou a ruiva. Mais que isso, marejou seus olhos o suficiente para que uma lágrima caísse singelamente. Não se lembrava bem da última vez que chorara, mas envolvia muita dor, e o sentimento era bem parecido.

Tatiana queria que aquilo acabasse. Queria parar de sentir que sua alma estava dividida. Mais que isso, queria controle total. Porque Lewth descobrira, muito mais cedo que a mentalista, que para acabar com aquilo era fácil: uma das partes deveria ceder. Deixar de existir. Foi pra essa descoberta que Volkov, incerta sobre a relação com a dona do corpo, levou Psiquê.

O silêncio então logo pairou no ar. A deusa mantinha-se numa expressão apática, e sua seguidora não conseguia encarar. Seus pensamentos estavam conectados à ideia final de Tatiana: ela se entregaria. Desistiria de lutar. Faria Elizabeth Lewth dona de seu corpo mais uma vez.

Acho que você não está entendendo, querida.

Não estou entendendo o quê?

Vocês são a mesma pessoa.

Não, claro que não, eu não seria capaz... — Estava mentindo; seria capaz de todas aquelas coisas tanto quanto Elizabeth foi. Era. É. Mas não queria ser, longe disso.

É. Isso mesmo. Mas Tatiana... — Pausa. Silêncio. Tortura. — Você é sua melhor parte.

    São Francisco — 30 de janeiro de 2018.
Já fazia um tempo desde a última vez em São Francisco. Ouviu o Welcome back, miss Volkov que o agente disse e sorriu quando o taxista a deixou na frente da Lombard Street, o local favorito na cidade. Talvez por ser o menos propício a sofrer ataques surpresa.

Foi abordada por uma moça bonita, de sorriso simpático. Ela falava o tempo todo, mas Tatiana estava mais interessada em seus pensamentos, até porque vira seu amado em uma das lembranças. Na verdade, muito mais que uma. Muito mais do que gostaria.

Diga-me, Elena, quem é este rapaz? — Elena nem ao menos vacilou. Contou tudo sem estranhar a telepatia, a invasão ou qualquer outra coisa. E por mais que fosse louca, ou estivesse enfeitiçada, tudo o que lhe falara era a mais pura verdade. Inclusive a parte de que deixara a prole em um orfanato. E aquilo poderia matar Tatiana mais rápido que um virote. Depois que ela partiu, o tempo que ficara ali parecia ser infinito; resolveu deixar seu banco cativo quando parou de sentir os dedos da mão.

A verdade é que Tatiana não queria estar ali. Queria estar em uma praia muito mais distante que aquela. Tomando Martini com uma cereja. Mas o mundo semidivino, mais uma vez, estava em caos, e o mais seguro era, por mais uma vez, estar onde todos as ameaças estavam; não por ela, por quem ela amava. E porque era uma excelente oportunidade de se resolver com os deuses – e quem sabe, por sorte, encontrar seu primeiro e único amor.

As cafeterias-barra-fastfood eram as favoritas de Tatiana. Na sua vez de pedir, optou por um Cappuccino e sorriu quando o atendente bonitinho perguntou seu nome.

Tatiana. Pode colocar Tati.

A garota sorriu e cruzou os braços ao chegar na bancada para retirar os pedidos. Tinham algumas pessoas na sua frente e ela aguardava o café pacientemente quando reconheceu, pelos pensamentos, Thanatos. Mas a mulher, orgulhosa como era, não ousou olhar na direção em que ele estava. Se ele fizesse o mesmo, teriam um impasse. Não demorou muito do momento em que se estabeleceu até o instante que sentiu os braços da morte em volta de seu corpo frágil. Manteve-se impassível, com as mãos entrelaçadas e seus olhos cansados observando o café, que esfumaçava. O copo alto estampava o logotipo da popular cafeteria americana, em tons de verde.

Soube que queria falar comigo, princesa.

Rápido, afinal. — Abandonou o copo sem ao menos saber se haviam a servido corretamente e, desvencilhando-se do contato, caminhou para fora, o divino em seu encalço.

A suíte presidencial do hotel Taj Campton Place parecia pequena para os dois. Separados por uma distância além do razoável, permanecia sentada na poltrona encostada na janela, enquanto Thanatos, mesmo que tentado a juntar seu corpo no dela, apoiava-se contra a parede paralela à abertura, encarando-a seriamente.

Você conhece Elena Gilbert, Than? — Mesmo sentindo-se tremer, sua pergunta saíra casual, e com um pouquinho de sorte, passaria a imagem correta.

De vista.

Engraçado, jurava que você fechava os olhos durante o orgasmo.

    Paris — 31 de janeiro de 2018.

As ruas de Paris estavam um tanto desertas. Pelo menos naquela parte da cidade. Seus passos acabavam por ecoar em cada beco que se encontrava, e se sentia muito mais mundana do que jamais fora. O silêncio que se fazia era culpa de Elizabeth, que parecia preocupada, por um motivo além da compreensão da morena.

Foi um bom tempo de caminhada até que parasse em frente ao prédio antigo. Home L'enfance parecia um lugar abandonado, cujas paredes faziam jus à data em baixo do letreiro. Fundado em 1958. As letras que formavam o nome do orfanato já estavam enferrujadas devido ao tempo, pelo menos aquelas que continuavam ali.

Assim que conseguiu passar pela porta – depois que dois grandes seguranças abriram o portão de ferro com muito esforço –, viu-se obrigada a procurar pela recepção. Os minutos que vagou por lá pareciam intermináveis, e cada vez mais sentia o arrependimento como um encosto, uma sombra.

Senhorita, posso te ajudar? — A mulher saltou. Seu rosto se contorceu em uma mistura de pavor, sofrimento e talvez pudessem até mesmo ver um lampejo de ódio por trás daquilo.

Claro — Disse, mas sua voz quase falhou no meio da palavra. Pigarreou e sorriu por fim, aumentando sua voz que antes saía em um sussurro. — Eu estou procurando uma criança. Não sei bem que nome deram a ela, mas ela se parece...

Com você. Sei de quem está falando. — Sua vontade era de negar. A criança não deveria se parecer com ela nem por um relance, nem perto disso. Era o filho de Thanatos com sua amante. E até onde queria acreditar, a mulher principal era ela. — Ele é um menino peculiar, senhorita...

Volkov. Pode me chamar de Tatiana. — Caminhavam por um corredor que parecia interminável. Do lado direito, podia ver a parede de pedra, com uma porta a cada alguns metros, cada uma com um nome. No esquerdo um pátio de inverno, aberto, a neve criando uma cada sutil por cima do chão cimentado. — Acho que não se apresentou ainda.

Tatiana, meu nome é Madeleine. Como eu ia dizendo, recebe poucas visitas, nunca tiveram intenção de adotá-lo. A não ser uma moça... Elena, se não me engano. Até um pouco parecida com você. Nem fodendo, disse a voz fina em sua mente. Sou muito mais bonita, Elizabeth continuou. Mas tanto ela quanto a outra queriam saber mais sobre a criança, então aguardaram, com anseio, para que a senhora continuasse. — Essa moça disse que voltaria logo, mas, isso faz meses, arrisco dizer até mais que um ano.

A senhora tem memória boa, então, dona Madeleine. — Viu a velha formar um sorriso aberto como quem tinha orgulho daquilo. — Há vezes que esqueço tanta coisa...

Oh, querida, são poucos os meus tutorados. Crianças pequenas pouco param aqui. Pequenas? Indagou Elizabeth, que recebeu um dar de ombros como resposta. — Aqui, senhorita, pode entrar.

Como é o nome dele?

Esperávamos que Elena viesse vê-lo para escolher. Mas...

Não sabia se havia entrado em um transe ou algo parecido, mas assim que voltou ao mundo real, viu-se sozinha, e a freira que antes estava logo ao seu lado, desaparecera – ou apenas saíra caminhando. De fato, podia se lembrar – mesmo sem prestar atenção, que era a única porta que não possuía uma placa com nome. Abriu a porta de forma cuidadosa, como se tivesse medo de acordar a criança. Levantou o olhar calmamente, visualizando o pequeno ser dentro de algo parecido com uma gaiola. Aproximou-se muito lentamente, alcançando a beirada com cuidado. Deparava-se com o semideus acordado, sentado, estendendo as mãozinhas para que Tatiana o pegasse no colo. Sorria de forma doce, mostrando os dentinhos, parecia-se muito mais com a filha do medo que gostaria de admitir.

Você é minha mamãe? Tia Made disse que mamãe viria escolher meu nome. — A garota o tirou do nicho, colocando-o sentado sobre uma bancada. Volkov procurou por roupas no armário, e sorriu ao ver o casaco.

Ela disse, querido? — Ele sorriu, assentindo — O que você acha de... Adam? — O garoto fez que não. — Heron? Christopher? — Ele continuava com o sinal negativo. — Bem, acho que Aleksander seria um bom nome pra você. Meu irmão mais velho se chamava Aleksander. Foi um bom menino.

Quando ele assentiu, a mentalista tocou a ponta do nariz levemente arrebitado com seu indicador, antes de colocar um casaco no garoto. Ele o vestiu e em seguida, deixaram o ambiente para um passeio. Seria a última vez que se encontrariam.

Quando se despediu de Alek e saiu do orfanato, as lágrimas caíram incessantemente até que virasse a próxima esquina em um beco sem saída.

Tatiana sabia que fora traída, portanto. Pior que isso, Elizabeth o fazia também. Depois do Labirinto, aquilo se tornara um fardo maior do que achava possível ser carregado. Ali no hospital, diante de mãos habilidosas, lutando para manter-se acordada, queria falar com Lewth, mas seu alter ego, por mais superior emocionalmente que fosse, nunca recuperaria um baque daqueles. Estava desistindo.

    Nova Iorque, 05 de fevereiro de 2018.
Acordou em sua casa. Sua mente pensava em todos aqueles acontecimentos. O bater suave contra a porta de madeira a fez levantar e com cuidado, abrir a porta, deparando-se com Lilith encostada no batente.

Me desculpe pelo incômodo, mas acho que precisa saber. — Os olhos sonolentos de Tatiana se fecharam por um momento, e ela virou a cabeça, tentando entender a razão pela qual Doutzen parecia tão abalada. — Napier foi embora.

A verdade é que Lilith se tornara sua amiga mais leal.. E enquanto ela estivesse ali, o resto pouco importava.

Pois bem. Está tudo bem

A porta se fechou cautelosamente, mas Tatiana estava tão desconfortável que não pôde voltar a dormir. Se o chão não fosse de um material tão resistente, no fim da noite já estaria desgastado.

O relacionamento entre Lilith e Tatiana envolvia ódio, à início, mas o sentimento ia e voltava. Mas a lealdade da filha da frio a cativara, e por mais que não quisesse, tinha até criado certo apego.

    Nova Iorque, 15 de março de 2018.
Volkov permanecia sentada no guarda-corpo da varanda, seus olhos vidrados em um ponto à sua frente. Daquele local, podia ver a estátua da Liberdade, mas era lhe parecia muito pequena agora. Pensava em pular dali. Queria, a todo custo, encontrar Elizabeth, que se silenciara completamente depois de uma missão que Tatiana foi enviada junto com Lilith.

Eu achava que estávamos bem, Liza. — Falou, irritada. Nada, nem uma palavra que fosse. — Você desistiu? Eu ganhei então?

E eu achando que te mandar pro hospício era o suficiente. — A deusa riu encalistrada, mas sem humor.

Psiquê.

Desequilibrou-se e se pôs de pé em um salto depois de cair. Sua pele se abriu sutilmente na região do braço, um corte pequeno. Suspirou. A deusa segurou sua mão e, depois de ver sua pele emitir um brilho azulado, viu o corte fechar.

Bacana. — Psiquê riu dada a interjeição tão informal da filha de Phobos. — Como você fez isso?

Você tem que concentrar sua mente no que quer que seja. Quanto mais concentrada, mais fundo você vai. Assim, logo, você consegue ver a real composição. O conjunto de partículas de cada coisa. Então quando o fizer, pode controlá-los. É meio cansativo.

A garota estava fascinada. Trouxe a jarra que tinha sobre o criado mudo e colocou entre as duas, sobre a mesinha de centro da varanda. Encarou-a, procurando enxergar cada nanômetro daquele item. Passaram-se horas até que visualizou as partículas. Dada a empolgação, fê-lo explodir, vendo o que antes era uma jarra virar pó.

Merda

Eu recomendaria testar isso em outras coisas antes de tentar fechar seus machucados.

O bom humor na voz de Psiquê era contagiante. Sentia-se, pela primeira vez, mais do que apenas uma serva da deusa, sentia-se parte da família. O silêncio pairava no ar, o crepúsculo dava ao céu a liberdade de escolher suas cores para ser uma das tardes mais bonitas que pararam para assistir.

Aos poucos iniciou mais uma tentativa contra a cadeira que estava ali. Seus olhos se focaram num dos braços e por algum tempo ficaram ali, até que ele começou a entortar, de forma extremamente sutil. Sorriu com a vitória, deixando a mente tomar seu tempo para enfim deixar as moléculas do material.

O silêncio se instaurou. Os olhos de Psiquê se perderam por algum tempo, em um local distante, muito além da escuridão que tomara o céu àquela altura. Tatiana esperou por um longo momento, mas não sabia dizer quanto tempo se passara até que a deusa se pronunciou.

Obrigada por ir até lá. Sei o que aconteceu depois disso.
Ela volta. — Referiam-se à Elizabeth. — Ela sempre acha o caminho de casa.

A deusa assentiu, em um suspiro falho.

Sabe Elizabeth, quando lhe prenderam, eu fui contra cada um, inclusive seu pai. Eles estavam-na protegendo e eu queria que a justiça acontecesse, afinal.

E o que mudou?

Você.

You're all I wanted
    Just let me hold you like a hostage

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                             Tatiana Volkov                         
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Publicado por Ex-Staff 014 Seg Set 27 2021, 16:34

avaliação
Tatiana, a forma como você narra é leve e intrigante. É muito interessante ver o seu relacionamento com Psiquê e, apesar de ser apenas uma introdução de trama, certamente me deixou muito curiosa para o que virá no futuro. Sua personagem tem uma personalidade agradável de se ler, pois não é entediante em momento algum. Também não consegui encontrar nenhum erro em seu texto, então parabéns!

pontuação— Coerência: 40 de 40
— Coesão: 30 de 30
— Ortografia: 15 de 15
— Organização: 15 de 15

Total: 100 * 7 = 700xp + 350 dracmas

atualizado.

MONTY
                          
                           
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