Heroes of Olympus
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Arena de Treinamento


Cronos
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Publicado por Cronos Sáb Set 25 2021, 01:25


ARENASUm espaço aberto e amplo com ruínas espalhadas que lembram resquícios de um coliseu compõe a arena principal de treinamento. Espalhados pelo espaço, estão jaulas com monstros, bonecos para treinamento e os mais diversos desafios para que os campistas possam praticar suas habilidades. Suportes com armas e armaduras podem ser encontrados sem dificuldades e sempre há três instrutores por perto para dar orientações.

A imaginação é seu limite, e há diferentes tipos de treinos que podem ser realizados, desde treinos com armas, contra monstros, utilizando seu pet, ou de manuseio de seus próprios poderes.

Os posts deverão ser feitos nesse mesmo tópico. Narre qual treino realizou, como começou ele e como ele foi, do começo ao fim.

recompensasCada treino individual pode render até um (1) nível de experiência, de acordo com o nível do player (para consultar o sistema de evolução, clique aqui).

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Mikael Dietrich
Filhos de Eros

Publicado por Mikael Dietrich Sex Out 08 2021, 22:22

Archery i
Aquele chalé era bastante confortável e acolhedor, mas Mikael não conseguia se sentir tranquilo no meio daquilo tudo. Mitologia, magia, monstros... Tudo isso circundava pela sua cabeça, fazendo-o se sentir constantemente em perigo. Em seu âmago o semideus sabia que deveria tentar fazer alguma coisa para se livrar dessa sensação.

As atividades no acampamento eram diversas, mesmo que nenhuma chamasse atenção do garoto e ele tentasse afastar-se delas era difícil pensar no perigo que correria do lado de fora, como poderia enfrentar monstros para se defender e conseguir defender sua mãe?

Depois de alguns dias de relutância e insistência vinda de seus irmãos ele decidiu entrar em uma atividade do acampamento. No primeiro momento, o treino de arco e flecha seria o foco do semideus, tanto pelo seu “presente” quanto por achar mais segurar lutar com aquilo do que enfrentar monstros corpo a corpo.

Pelo que entendeu ao questionar seus meios irmãos, as 9:00h da manhã seguinte teria uma turma nova se iniciando e ele resolveu que faria parte dela.

...

Decidindo não utilizar o arco mágico que recebeu ao ser reclamado por Eros, não fazia tanto sentido levar pra um treino em grupo – talvez em algum momento treinaria sozinho com a arma. Desse modo, ele apanhou um dos arcos cedidos na arena.

Ao redor do campo alguns alvos estavam dispostos, afastados por alguns metros. No centro, um grupo de semideuses formavam um semicírculo em volta de um semideus mais velho. “Deve ser o instrutor.” Mikael apressou seu passo, percebendo que a aula provavelmente já havia começado.

– Nós vamos começar com alguns exercícios iniciais para utilização do arco. – Ele parou, olhando para os semideuses a sua volta. Terminando no que estava atrasado.  – São exercícios simples, mas bem importantes para que vocês tenham proficiência.

O treino começou com todos aprendendo postura, como colocar a flecha e empunhar o arco. Praticando com os arcos que cada um sacou do arsenal, eles se colocaram como o instrutor pediu. Seus pés ficavam a distancia dos ombros, com o corpo de lado para o alvo e a linha de tiro dividindo-o ao meio.
Mikael foi corrigido poucas vezes, seus ombros não estavam relaxados, seus pés estavam desalinhados. Depois de conseguir uma postura certa passaram para o próximo exercício.

O garoto pareceu familiarizado com a flecha e, quase que instintivamente, colocou-a no cordel. Retesou o arco e a base da flecha beliscou seu dedo ao mesmo tempo que uma dor incomoda atingiu suas costas, tirando-o do encanto. Mesmo que ninguém tenha percebido o garoto baixou o arco por alguns segundos, até voltar a posição de prontidão.

– Até que esse movimento foi bom para alguém que aparece aqui pela primeira vez. – O instrutor estava parado, avaliando-o. Mas nenhum dos semideuses pareceu reparar, todos continuavam a utilizar os arcos ao redor.

– Como assim?

– Seu cotovelo podia estar mais alinhado e os pés não estão firmes como deveriam, mesmo assim você conseguiu manter o equilíbrio. Isso já é uma vitória.

– Então já é uma evolução. Porque eu só toquei em um arco uma vez. – O semideus respondeu, sorrindo e baixando o arco.

– Vamos lá, galera! Próximos exercícios! – Ele gritou, afastando-se do filho de Eros e gritando para todos em volta. – Vocês vão calcular sua puxada, fazê-la, mirar e atirar. Um de cada vez, três flechas para cada um e ninguém cruza pra linha de tiro!

Alguns minutos explicando e tirando duvidas de como deveria fazer tudo isso trouxe confiança para todos os semideuses. Alguns tentaram e a maioria não teve sucesso em nenhuma tentativa, poucos acertaram uma flecha e menos ainda conseguiram acertar duas. Ninguém acertou as três.

Um dos últimos foi Mikael. O garoto tentou entender o que os outros estavam errando, sem nenhum sucesso. Apanhou três flechas e se colocou na linha de tiro, respirando fundo enquanto sacava a primeira ele tentava se acalmar.

Alinhou a flecha e encarou o alvo por um tempo, logo retesando a corda com a seta entre os dedos. A flecha assoviou e disparou cortando o ar, mas passou um pouco acima do alvo – caindo no chão da arena logo atrás.

Ele bufou em desagrado, sacando o próximo projétil bem lentamente e torcendo para um tiro melhor. O segundo tiro foi bem melhor, fincando-se bem próximo da borda, mas um tiro bem melhor que o anterior e alguns dos outros campistas que estavam ali.

Mikael sorriu para si mesmo. O tempo parou desacelerar enquanto ele se preparava para o próximo tiro. Seus olhos focaram com mais nitidez no centro do alvo, era como se ele pudesse caminhar poucos passos e tocar a tinta. Os sons de tudo a sua volta diminuíram bastante e ele mirou a flecha.

A seta girou em seu próprio eixo por milésimos de segundos, mas o filho de Eros conseguia perceber os movimentos dela bem melhor agora. A madeira se contorcia enquanto seguia o trajeto da forma que ele tentou, até atingir próximo centro do alvo com um barulho abafado. Seu tiro não havia sido perfeito, mas muito melhor do que os anteriores.

Ele baixou o arco relaxando os músculos doloridos das costas, agora toda a tensão da atividade estava chegando a eles. O garoto virou-se, caminhando de volta para o grupo de campistas enquanto o próximo tomava seu lugar para tentar seu tiro. Ele recebeu um “joinha” do instrutor, retribuindo-o. Ele começava a se sentir melhor ali naquele lugar, mas ainda não sabia como lidar com os monstros que já lhe assombravam – e iriam continuar quando saísse dali.

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Astrid Maillard
Filhos de Selene

Publicado por Astrid Maillard Sex Out 08 2021, 23:48

avaliação
Olá! Devo começar a avaliação dizendo que sua escrita é bem fluida e fácil de acompanhar, fazendo a leitura não ser nada cansativa e divertida de se ler. Gostei da forma como colocou as ações do personagem e se preocupou em ser coerente com o treino, explicando em detalhes todas as ações que foram realizadas.

No ponto de vista técnico da narração, você pecou na pontuação e acentuação de algumas palavras. Por exemplo:

Mikael Dietrich escreveu:Seus pés ficavam a distancia dos ombros

O correto seria à distância.

Como sua narração foi bastante agradável em outros aspectos, os erros acabaram sendo mínimos em comparação. Recomendo que sempre revise seus textos, assim alguns erros pequenos podem ser corrigidos com antecedência.

Parabéns!

pontuação— Coerência: 40 de 40
— Coesão: 30 de 30
— Ortografia: 10 de 15
— Organização: 15 de 15

Total: 95 * 2 = 190 xps

aguardando atualização

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Christian Locke
Filhos de Hefesto

Publicado por Christian Locke Sáb Out 09 2021, 22:26

Já era tarde da manhã quando carregou o martelo de guerra até a enorme construção no centro do acampamento. A réplica do coliseu não chegava à majestosidade do original. Mas as fileiras de arquibancada estavam lá, o chão de terra fazia poeira subir a cada movimento dos semideuses e os monstros nas gaiolas embutidas nas construções manifestavam a vontade de partir suas presas em pequenos pedaços.

Ele atravessou o caminho até o centro da arena. Não era tão inexperiente quanto sua timidez fazia parecer. Mas o treino contra monstros era sempre um risco adicional. Um movimento repentino das criaturas, quando os monitores não estavam próximos o bastante para intervir, podia resultar num final de treino pior do que o esperado.

— Veio para o treino? — Quis saber o rapaz alto e esguio no meio da arena. — Robert — continuou, estendendo uma mão para o filho de Hefesto.

— Christian — ele respondeu, cumprimentando o filho de Hades. — Não sei. Talvez seja melhor só ficar olhando dessa vez.

— Bobagem. Ou luta, ou sai da minha arena. — Foi o que ele disse, firme. O cenho franzia, enquanto ele olhava para o rapaz. — Na verdade, acho que tenho um bicho perfeito pra você enfrentar.

[...]

Dois pares de olhos cintilaram na jaula escura, quando Robert se aproximou dela. Chris apertou o cabo de madeira entre os dedos, alguns metros distante do filho de Hades. Ainda era um moleque, duvidando de suas habilidades. Temia o que estava por vir. E Robert não demorou a entender o sentimento que inundava Christian Locke. Precisava de uma injeção de autoconfiança. E o filho de Hades sabia exatamente como aplicá-la.

Quando girou a trava de segurança, a grade que separava Locke da criatura lá dentro se abriu e a fera negra como a noite saltou para fora num rompante. As patas mal tocavam o chão de terra batida, levantando poeira enquanto o monstro avançava em direção ao filho de Hefesto.

— Idiota! Se prepara ou ele vai te morder! — A alerta de Robert puxou de volta à realidade um Christian hipnotizado pelos movimentos do animal.

Ele apertou os nós dos dedos contra a madeira do cabo, posicionou o martelo na lateral do corpo e viu a criatura se aproximar. Antes de alcançar o rapaz, ela saltou no ar. Patas estendidas, presas à mostra. Estava prestes a fechar a boca em volta do semideus, quando ele girou o bronze sagrado no ar e martelou o flanco da criatura com toda a força herdada de seu pai.

Ouviu um ganido abafado, quando o metal acertou a criatura e ela rolou sobre a terra. Só então, Chris reconheceu o animal. O cão infernal lambia o pelo coberto de terra, cobrindo o local da pancada com saliva. Olhos vermelhos se voltaram para o filho de Hefesto, quando o cachorro se colocou sobre as quatro patas outra vez. Sob a nuvem de poeira, o animal esticou o rosto para o céu e um uivo escapou de sua boca. Kai sentiu um arrepio correr pela espinha, enquanto dava um passo para trás, assustado demais para continuar.

— Nem pense em fugir, seu merdinha! Faz alguma coisa! — Resmungou o filho de Hades.

Não queria dar nem mais um passo em direção à criatura. Mas sabia que teria que enfrentar o cão infernal ou o treinador furioso. Locke apontou dois dedos em direção ao chão da arena. Quando se concentrou o bastante, as labaredas saltaram para fora deles. Fogo que avançou em direção à criatura.

O cão infernal, latiu, acuado. Um instante depois, as labaredas engoliram o cão infernal, que gania enquanto era mastigado pelo calor.

O animal se debateu pela arena, enquanto queimava. Chris franziu o cenho, incomodado, enquanto assistia o animal sucumbir. Quando decidiu que era o bastante, acenou com uma mão e as labaredas se dissiparam, deixando no chão os restos do que havia sido o cão infernal.

O ferreiro se aproximou do animal ferido. Não havia lhe restado força o bastante para lutar. Quando o menino levantou o martelo acima da cabeça e o fez descer sobre o crânio do cão, já era mais um golpe de misericórdia do que uma comemoração de vitória. O animal se transformou em milhares de partículas de poeira que o vento tratou de espalhar pela arena.

— Garoto! Sabia que tinha um verdadeiro filho de Hefesto escondido aí dentro. — Robert afirmou, enquanto passava um braço em volta do rapaz. — Precisava de um pouco mais de confiança, só isso. Mas o ataque de fogo foi um toque de mestre.

— Não sei. Não foi muito bonito de ver.

Robert não queria saber daquele papo. No fim do dia, Christian Locke havia derrotado um cão infernal jovem. Era motivo para celebrar. Por isso, o filho de Hades empurrou o garoto para o almoço no refeitório.

Mesmo com tudo o que havia acontecido, Chris sentia aquele sentimento dentro dele mudar. Uma timidez que se transformava em entusiasmo. Sabia que podia ser mais. Sabia que seria mais. Era apenas uma questão de tempo.

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Publicado por Ex-Staff 010 Dom Out 10 2021, 00:07

christian locke

Pude ver um pouco da personalidade do Christian durante essa narração. Ficou sucinto e detalhado, sem perder a objetividade. Gostei de como você usou os poderes do cão, definitivamente deu mais realidade para sua narrativa.

Parabéns.


pontuação— Coerência: 40 de 40%
— Coesão: 30 de 30%
— Ortografia: 15 de 15%
— Organização: 15 de 15%

Total: 100% = um nível.

atualizado.

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Heron Devereaux
Necromantes de Érebo

Publicado por Heron Devereaux Sáb Out 16 2021, 23:16

Fever Dream
Treino de combate

U
m sopro gelado de outono. O corpo o rejeita e a carne se encolhe em direção aos ossos. A partir daí qualquer movimento se torna múltiplas vezes mais difícil de ser executado. Heron tentou ignorar o pensamento. Travava uma batalha contra os músculos da coxa. Um pé de cada vez, ele tentava seguir o caminho que os pneus indicavam, pisando sempre dentro deles. Não seria tão difícil, se o acampamento não estivesse mergulhado naquele ar frio matinal insuportável.

O sol ainda se espreguiçava por trás das colinas mais distantes, tentando resistir à tentação de não se levantar. Num canto da arena, havia uma pequena trilha de pneus velhos. O objetivo era pisar no interior dos pneus e seguir a trilha dessa forma, até o outro lado. Heron falhava nesse objetivo porque era duplamente traído — uma vez pelos seus músculos e outra pelos olhos, mal-treinados e inexperientes. Já conseguia ver o fim da pequena trilha, quando sentiu o pé resistir aos comandos. O tênis ficou preso em um dos pneus, o corpo perdeu sustentação e o rosto foi de encontro à borracha.

— Que vergonha. Ainda bem que não tem ninguém aqui pra ver isso — declarou Elsie, a filha de Hermes, encostada na parede da arena. Tinha tomado o menino como aprendiz, enquanto ele estivesse hospedado no chalé 11. Assumiu o compromisso determinada a fazer de Heron um semideus exemplar. Mas não demorou muito para perceber que o garoto tinha pouco ou nenhum talento para as coisas. De repente, Elsie tinha assumido uma personalidade mal humorada que gritava ordens e xingamentos com a mesma frequência que respirava. — Péssimo condicionamento físico.

— Tô tentando! — respondeu, apoiando os cotovelos na borracha dos pneus.

— Então tente melhor. — Mesmo afastando o olhar, Heron podia ver o sorrisinho de desdém em seu rosto. Os olhos felinos da menina, faiscando de desprezo. Se estivesse próxima o bastante, os dois teriam se engalfinhado e, depois disso, seriam inimigos pelo resto de suas vidas. — Deixa isso pra lá. Vamos tentar outra coisa. Quero ver se é melhor com os punhos do que é com as pernas.

Ele se colocou de pé e os dois caminharam para o outro lado da arena vazia. Nenhum outro semideus se atreveria a sair dos chalés tão cedo num dia tão frio como aquele. Ele pensou em como as coisas mudaram de forma abrupta em sua vida. Há um mês, suas únicas preocupações eram bater carteira nas ruas de Manhattan, fugir da polícia e conseguir a aprovação de seu pai. Era um semideus, desde então. Tudo o que parecia fazer tanto sentido já havia perdido valor. Elsie era sua nova figura paterna. Esforçava-se mais do que o normal para conseguir arrancar-lhe um sentimento que ela não parecia disposta a oferecer. No final das contas, nem sabia por que se sentia assim.

Ele afastou os pensamentos quando Elsie arremessou duas luvas de couro em sua direção. Tentou colocá-las nas mãos brancas, que as artérias já quase não conseguiam irrigar. “Não se preocupe com isso, o exercício vai te fazer bem.” Ele se aproximou de um dos sacos recheados de areia pendurados pela arena. Elsie colocou o peso de seu corpo contra uma das colunas e cruzou os braços. Os olhos fixos no garoto.

— Pode começar.

Punhos cerrados. Tinha quase certeza de que havia perdido a sensibilidade nas pontas dos dedos, porque já não reconhecia a aspereza do couro nelas. Não deu muita importância para isso. No instante seguinte, empurrou um dos punhos em direção ao alvo. O golpe foi bastante desastrado e ele sentiu todo o impacto subir até a altura de seu ombro. Nas ruas, a forma como se golpeava o inimigo de pouco importava. No final, era sobre quem apanhava menos. Ali, as coisas eram um pouco diferentes.

— Assim vai acabar se machucando — Elsie resmungou, enquanto se aproximava. Colocou suas mãos sobre as articulações do menino. Primeiro os ombros. — Relaxa. O saco de pancadas não vai revidar. — Depois, os cotovelos. — Mantenha-os flexionados até a hora de atacar. — Finalmente, os pulsos. — Na altura dos ombros e próximos ao corpo. Não fique girando eles como se fosse um menino de rua, ou vai acabar fodendo a articulação. Vai de novo — disse, apontando para o saco de pancadas.

Heron elevou os punhos. Tentou mantê-los ao nível do ombro. O queixo logo acima deles. Os cotovelos flexionados, como a menina havia ensinado. Uma camada de suor cobria o corpo dele e fazia a temperatura de seu corpo cair um pouco mais. Ele respirou fundo e se arrependeu no mesmo instante. Sentiu a árvore brônquica queimar como brasa, incendiada pelo ar frio. Apertou os nós dos dedos contra a palma de suas mãos com força e levou um dos punhos para a frente, mirando o saco de areia. Um golpe mais controlado, menos desastrado, mas, acima de tudo...

— Fraco. Você é burro? É pra bater, não pra fazer carinho. — Elsie voltou para a coluna onde ela apoiava o corpo. Os braços cruzados e uma expressão no rosto que indicava que estava prestes a desistir. — Olha, garoto, tá melhorando. Mas bate com vontade.

A ideia era boa, mas o frio aumentava, a carne se enroscava nos ossos e os movimentos iam perdendo a força.

— Não podemos fazer isso mais tarde?

— Não.

— Por quê?

— Porque quero que faça agora, seu merdinha. — O olhar felino de Elsie em chamas. Heron sabia que a discussão acabava ali.

Os punhos se fecharam outra vez. Sentiu o cheiro do couro das luvas, quando ele as aproximou de seu queixo. Os insultos da filha de Hermes costumavam ter um efeito positivo no menino. Daquela vez não foi diferente. Os olhos estavam fixos no saco de areia, quando ele empurrou um punho para frente, com força. Sentiu os músculos do ombro e do braço empurrando o punho para frente. Mas, dessa vez, o golpe era amortecido pelos cotovelos arqueados. Repetiu o ataque, com o outro punho. O couro da luva atritava contra o do alvo, toda vez que o acertava. Devia sentir dor, mas, àquela altura, já não sentia mais nada. De repente, entrou num frenesi. Um soco após o outro. O suor formava uma nova camada em seu corpo, empapando a camisa do menino. Os golpes ininterruptos continuaram.

O saco de pancadas balançava para frente e para trás, estimulado pelos socos que o semideus lançava contra ele. O corpo preso no movimento contínuo, enquanto a mente se afastava da realidade e, de repente, o saco de pancadas havia se transformado no único culpado por tudo de ruim que já aconteceu na vida do semideus. Talvez, pensava o menino, se conseguisse espancar o saco de pancadas o bastante, aí conseguiria arrancar a aprovação que ele tanto queria de Elsie. Era um pensamento bobo, mas a mente delirante se agarrou a ele com todas as forças.

Ele permaneceu assim por alguns instantes, até ser interrompido.

— Tá bom, já chega — Elsie havia abandonado a coluna em que se encostava. Suas mãos pequenas tocaram os braços do rapaz, transmitindo-lhe um pouco de calor. — Vamos descansar um pouco. Você não parece muito bem. — Ela tinha esse poder extraordinário de partir de uma treinadora abusiva para uma melhor amiga superprotetora num breve piscar de olhos. Heron a admirava por isso.

— Você acha? — respondeu, afastando-se dos devaneios. Uma nota de ironia nas palavras. — Cuidado, alguém pode achar que você está preocupada comigo.

— Eu estou. Mas tem razão. Não quero que ninguém perceba. Tenho uma reputação a zelar. — Elsie brincava, enquanto examinava o rosto, as mucosas e a pele do menino. — Tá com uma aparência péssima. Talvez esteja doente. Vamos procurar um lugar quente pra você, antes que desmaie ou coisa pior — ela disse, agarrando o pulso do semideus e arrastando-o em direção à saída.

— E o treino? — Perguntou. Mas a verdade é que não dava a mínima para ele.

— Já evoluiu o bastante hoje.

— Eu tento. Tenho medo de decepcionar minha treinadora.

— Não se preocupe com isso. — Ela tinha aquele sorriso que irritava Heron estampado no rosto, quando completou o pensamento. — Você já a decepciona todos os dias.


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Astrid Maillard
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Publicado por Astrid Maillard Dom Out 17 2021, 18:23

avaliação
Oi, Heron! Gostei muito da sua narração, ela é agradável e confortável de se ler. Você parece ter um bom domínio das palavras, o que desperta a curiosidade para ler mais coisas sobre o personagem.

Não encontrei nenhum erro ortográfico, e sua criatividade ao retratar uma situação do passado do semideus me impressionou bastante. Seu texto foi perfeito, bom trabalho!

pontuação— Coerência: 40 de 40%
— Coesão: 30 de 30%
— Ortografia: 15 de 15%
— Organização: 15 de 15%

Total: 100% = 1 Nível

aguardando atualização

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Publicado por Ex-Staff 011 Seg Out 18 2021, 01:33

atualizado
                          
                           
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